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Douglas Silva

Autor: Douglas Silva

O destino que encantou a lua

19/2/2023 - Osasco - SP

 

Em certa noite de outono, a brisa gelava meu rosto, caminhava pela rua solitária em direção ao meu destino, um destino que não sei bem ao certo, mas que foi capaz de mudar minha vida completamente.

Sentia meu coração acelerado, o sangue corria em minhas veias com uma velocidade que me fazia sentir incapaz de controlar tal situação, era como se eu estivesse diante da minha própria morte e não sabia como conduzir o meu corpo e minha alma diante a um sentimento de impotência que estava corroendo meus instintos.

Minha mente conduzia-me a pensamentos sem sentidos, não conseguia ver-me e nem controlar todas as imagens que apareciam e desapareciam em frações de segundo, fazendo-me delirar.

Sentindo todo meu corpo trêmulo e minhas narinas ressecadas pelo vento que batia em minha face e que fazia meu corpo sentir a sensação de estar totalmente congelado. Minhas salivas não mais se encontravam em meus lábios, sentia-me incapaz de pronunciar uma só palavra, era estranha aquela sensação, ninguém a minha volta e apenas um caminho, um destino e a vida que estava por de trás de um longo percurso que conduzia toda a minha história até aquele momento.

Nessa noite, não me lembro ao certo à data, nesse caminho que aos poucos foi me conduzindo a uma nova realidade, fez-me observar detalhes que jamais havia percebido em meus longos anos de vida.

Apenas me acompanhava solitária feito o meu próprio eu, a lua, que em uma noite melancólica iluminava aquela estrada deserta que se encontrava diante aquele corpo cansado que mal conseguia sustentar a si mesmo, deixando um rastro a cada passo, permitindo sentir-me enfraquecido ao ver minhas pernas já não mais me conduzindo com a mesma destreza diante o meu destino. Era uma situação desesperadora que fazia todos meus órgãos refletirem negativamente, fazendo cada passo ser um longo caminho a percorrer, até que pudesse chegar próximo à conquista de mais um sonho.

A vida parece totalmente sem nexo quando presenciamos em nós a fraqueza que escondemos para não permitir enxergarmos nossas necessidades. Foi ai que consegui perceber que na luta do bem e do mal não podemos sair vencedores, apenas devemos escolher qual lado lutar para conduzir nossa história e fazer de cada momento, algo que possa somar para nossa vivência, sem deixar de olhar para nosso longo e difícil caminho. Nessa noite, a lua apenas me acompanhava e meu corpo estremecia ao sentir minha impotência ao conduzir meus pensamentos permitindo ser consumido pelas minhas lembranças, que a todo o momento criavam enigmas a serem decifrados, e que quase sempre deixava um rastro de loucura por apenas passar por raros momentos em minha mente. Tais pensamentos faziam-me em cada instante, sentir que a vida ainda não possuía sentido e foi nessa longa luta que os passos, os quais mais pareciam anos luzes a conduzir-me, fizeram-me perceber a verdadeira força que até então não acreditava possuir.

Ao longe, meus olhos que não mais conseguiam ver, perceberam a luz que iluminava meu destino e era ela quem clareava aquele longo caminho, na qual eu teria de seguir para conseguir encontrar minha liberdade; minha respiração ofegante, minhas pálpebras distantes do mundo não conseguiam proteger meu olhar que pela estrada havia se perdido diante aquela luz. Aquela lua, aquele eu e aquela estrada não fazia mais sentido para mim, tudo parecia ilusão, uma ilusão de ótica que mexia com toda minha essência, não permitindo sentir alegria em nenhum momento.

Foi ai, ao observar novamente a lua que me dei conta daquela noite, do martírio a conduzir o destino dos meus sonhos para uma realidade fúnebre, onde para obter a vitória necessitaria desvencilhar-me da morte para alcançar a grandeza de conquistar o maior desejo do homem. Desejo de fazer da vida eterna, a verdadeira busca pelo o amor eterno.

 

Douglas Silva

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