Autor: Thales Kroth de Souza
"Acionista = Pessoa que possui uma ou mais ações numa sociedade financeira ou comercial." (Dicio)
Esta atribuição de o que é ser acionista não demonstra realmente a complexidade da responsabilidade e o fato da coisa ser muito mais intagencial do que aparenta. Quando as ações do Twitter (TWTR) fecharam em alta de 22,36% após o anúncio da continuidade de negociações, ou melhor, a compra de Elon Musk pela empresa e sua formalização em tornar-se parte do conglomerado X, não poderia representar melhor o que acontece quando os riscos de informações estão na mesa e a vitrine da imagem da empresa é sensível.
Uma ação pode correr uma série de imprevistos tangenciais e intangenciais, ou seja, que podem ser tocados e outros que não, todavia essa volatilidade toda tem um precioso problema: o risco de não conseguir verde pelo preço justo, ou a quantidade de ações necessárias, aí o risco de liquidez torna-se evidente e prejudica o acionista reduzindo sua riqueza. Esse cuidado é muito importante para o mundo finanças, pois as pessoas só vão pagar a você aquilo que em troca é aceito e confiante.
E, então, o quanto de confiança e de aceitação uma empresa pode ter? Será os horizontes de tempo com prazos que façam o investidor visualizar como uma empresa pode tornar-se saudável no futuro? Quem poderá prever se o resultado positivo mostrado no balanço patrimonial não é apenas mais um truque e a cofiança de seus auditores não replicam a desconfiança de sua matéria-prima? A resposta virá em cadeia e não afetará só sua credibilidade no mercado em conseguir um empréstimo, mas talvez sua reputação quando executivo e empresário, o que está suscetível a falhas. Ser humano já é uma característica suficiente para errar, imagina para esse mundo?
Realmente não há uma resposta pronta nem no dicionário, nem na Bíblia, no Alcorão, nem em livros de auto-ajuda que poderão fazer você escapar do momento desconfortável que ter de fazer uma apresentação ou reunião para seus superiores e explicar que seu trabalho tem confiança. Dito isso, imagina a complexidade do mercado perante uma simples de atividade de perfuração em campos de solos pelo Brasil em busca de petróleo? Foi isso que a OGX fez no passado ao arrematar 21 blocos nas Bacias de Campos e Santos com um pagamento de US$1,471 bilhão acreditando encontrar petróleo em 2008. Em 2012, suas ações tiveram queda de 65% em quatro meses por conta das frustrações na busca pela matéria-prima. Esse é o risco do acionista.
Problemas de improdutividade, desafios quanto à informação, riscos de imagem, investimentos, judicial, etc, são mais comuns do que aparentam e o investidor nunca sabe quando algo ruim possa acontecer. Mesmo o pedido de falência em 15 de setembro de 2008 de Lehman Brothers, uma instituição fundada em 1850 que teve prejuízos na crise dos subprimes norte-americanos, pela concessão de empréstimos hipotecários de alto risco, não pode deixar o investidor mais pensativo e de olhos arregaçados. As ações do Credit Suisse, por exemplo, preocupam recentemente o mercado com queda de 60% ao longo de 2022 e uma atenção aos spreads dos CDS, que serviriam como proteção em caso de pedido de falência, atinge seu maior nível. É difícil convencer investidores após rumores.
Desde a oferta pública de ações da Nubank em dezembro de 2021, não completou um ano e a queda de suas ações aproximam 70% no acumulado até outubro de 2022. A apresentação dos resultados do segundo trimestre 2022 chegou a melhorar o humor a curto prazo quando a ação subia 20%, no entanto o olhar para o endividamento, os efeitos operacionais e a taxa de inadimplência ainda fazem a ação ter um andamento aquém do desejado. O futuro é sempre uma incógnita. Nem mesmo a conquista da marca de 70 milhões de clientes na América Latina e o lucro ajustado melhor e mais convicente abalam o mercado. No mês passado, Nubank anunciou em comunicado que deixará a Bolsa. O capital será fechado novamente após nove meses do IPO. O Banco Inter havia feito o mesmo movimento em junho do corrente ano e ingressou na Nasdaq. A atratividade para empresas de tecnologia são pouco atrativas.
Então como o investidor pode notar, não é apenas um fato isolado que precisa ser apreciado, analisado, pesquisado. Muitas outras coisas precisam de dedicação. Não é apenas o acompanhamento pela apresentação de resultados, os números financeiros, saber alguns cãlculos e pimpa! O acionista é o "maioral"! Não. Há outras questão se não mais, de igual importância e relevância para compreensão e entendimento da área e gestão do seu dinheiro. Alguns passam décadas construindo uma carteira através de sonhos futuros, sonhos de avareza. Não se sabe quando a sua capacidade de poupança terá um diagnóstico proativo para suas tomadas de decisão. Barcos podem afundar, produções podem ser improdutivas e não se sabe quando uma pandemia pode acontecer.
Como o leitor pode ver, o pessimismo e o risco é inserido na rotina muito mais do que a confiança, as intenções em investir, a construção de um negócio, a realização de uma certeza. É no capital próprio sua autoestima para pagar por uma vida melhor, mas - o maior importante - para desenvolver economicamente pessoas, processos e produtos. Na inovação e transformação de um mercado que um acionista participa, às vezes com sua visão futurista, estrategia construtivista ou análise de indicadores que presume ter viabilidade financeira de apoiar. Para o futuro, perenidade; para o presente, viabilidade. Ação.
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