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Thales Kroth de Souza

Autor: Thales Kroth de Souza

PIX: O meio de pagamento que conquistou o Brasil

10/5/2022 - Osasco - SP

O meio eletrônico de pagamento instantâneo PIX bateu um recorde incrível na sexta-feira, dia 06 de maio, registrando 73,2 milhões de transações em um só dia. A ferramenta já caiu no gosto de consumidores e ganha fôlego no comércio e serviços, já sendo amplamente divulgado como uma nova forma de empreender e tende a ter maiores fluxos quando preceder uma data comemorativa ou feriado. Isso é bom para comércios que dependem de consumidores que compram pouco tempo antes porque não tiveram tempo, recursos ou por falta de opções. Mas o que deixa claro é que não faltará opção para o meio de pagamento ser utilizado.

São vários benefícios com a ferramenta, a primeira a ser mencionada é a rapidez e praticidade da transferência. Programada para ser transferida em menos de dez segundos, se o usuário ter cadastrado o número de celular ou no relacionamento com a instituição financeira o envio de mensagens SMS, e-mail ou aviso para meios eletrônicos, serve como garantia de pagamento e muito útil para quem conta com o recebimento. Da mesma forma que ficou fácil pagar, também ficou fácil receber, mediante a chave PIX que pode ser cadastrado como chave aleatória, número de celular, CPF ou e-mail, basta o usuário copiar a chave desejada ou digitá-la no campo correspondente e digitar sua senha.

É muito importante sempre frisar que, apesar do usuário ter a chave PIX, não necessariamente a transferência ocorrerá, isso porque para o pagamento ser efetuado é necessário a digital ou a senha correspondente. Então, mesmo em questão de golpes, servindo como segurança, precisa de sua senha, a chave PIX por si só não garante a transferência, mas sim o recebimento. Se para pagar precisa somente de copiar na área PIX da conta da instituição financeira, para receber ficou muito, mas muito fácil.

Motivos de memes no início, e ainda é, o recebimento via ferramenta PIX ganhou notoriedade pela forma como ficou conhecida internamente na possibilidade de descrever ou adicionar informação de texto. Nas demais transferências como TED e DOC, é possível também descrever essa informação, assim, o PIX também possui a maneira de identificar e especificar os detalhes do pagamento que é efetuado, fazendo com que sirva para educação financeira e programar pagamentos como as de consumo água, luz, gás, alimentação e de estudos, além das demais eventuais, aluguel, parcelas, prestações e impostos.

Também disponível para empresas, o PIX pode ser útil em trocas de grandes valores, mas também em divisão de uma conta ou bem. Já está disponível em estabelecimentos credenciados os tipos PIX Saque e PIX Troco, o qual o usuário precisando de valores em espécie vai até um estabelecimento que participa desse projeto e envia via PIX um valor para o estabelecimento, em contrapartida receber dinheiro em espécie. Tratando-se da segunda modalidade, em um pagamento de uma conta, por exemplo, o usuário poderia escolher receber seu troco em espécie. Essas duas modalidades do PIX serviriam para comércios e serviços atraírem mais clientes para suas lojas.

Se para micro e pequenos negócios faz todo sentido, para grandes empresas também o faz, isso porquê quando realiza promoções, campanhas de publicidade, a atratividade pode ser principalmente o cachback de roupas, peças e itens de estoque. Diversas empresas já estão adotando estratégias similares para compras e o consumidor em geral. As novas formas de atrair clientes já foram testadas e em breve muito mais empresas participarão e credenciarão-se com a ferramenta.

Apesar dos benefícios que o PIX possibilitou em período antes da Covid-19, em 05 de outubro de 2020, a pandemia fez com que se reinventassem negócios para fugir das baixas previsões de vendas. Então, foi um aliado nesse sentido. O que ficou complexo de entendimento e buscas para soluções mais razoáveis são os diversos golpes que começaram a ser realizados e prejudicaram no médio prazo a confiança de clientes e do mercado para com o meio de pagamento. Golpes como WhatsApp clonado, atendimento bancário falso, bug do PIX, QR Code falso, boleto falso, golpe do motoboy, alguma profissão falsa, golpe da Mega Sena ou bilhete premiado, sequestros relâmpagos, etc serviram para o Banco Central, seu criador, criar mais mecanismos de segurança como a limitação de envio noturno e diurno, assim, o usuário poderia limitar o envio por um período ou por valores. Foi um problema que desinstabilizou inicialmente a cofiança na ferramenta, mas com mecanismos e resposta mais rápida os usuários já entenderam que a inovação veio para ficar.

Os mecanismos já mostraram ser suficientes em compasso com as formas que usuários maliciosos tentam obter vantagens indevidas. Já há também segurança da informação em aplicativos de instituições financeiras que possibilitam uma melhor defesa de aplicativos contra usuários que são falsos usuários de contas, ou que se passam por outras pessoas. A indicação para que a ferramenta seja eficaz está no seu uso e cuidado. Esse tipo de segurança também fez com que usuários pensassem em como se precaver em diferentes maneiras desde um celular mais antigo para uso do dia a dia para trabalho, ou seguro do aparelho ou seguro bancários contra fraudes, manipulações ou roubos/furtos dessa natureza.

Hoje, com base na estatística do Banco Central, são 438,4 milhões de chaves cadastradas, sendo 419,8 milhões de chaves de pessoas físicas e 18,6 milhões de pessoas jurídicas totalizando 117,5 milhões de pessoas e 9 milhões de empresas. Já são 281,3 milhões de contas cadastradas com ao menos uma chave PIX e 1,6 bilhão de transações em um mês corrente (março/2022), sendo 72% de pessoa para pessoa, 18% de pessoa para empresa, 7% de empresa para pessoa, etc. Realmente, um sucesso nos números e nos negócios.

Envie para ksthales@gmail.com dúvidas, informações, sugestões e comentários.

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