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Thales Kroth de Souza

Autor: Thales Kroth de Souza

Status e Influência: A Condição do Dinheiro No Passado e No Presente

30/5/2021 - Osasco - SP

É comum pensar em dinheiro e não saber identificar aspectos que mostram o quão uma pessoa é rica.

Um cliente desejou saber o tamanho da sua riqueza e solicitou uma prestação de serviço para calcular e compreender configurações tangíveis por quanto tempo poderia viver com os rendimentos que possuía, ou em caso de rendimento zerado, quanto tempo ficaria sem ter que trabalhar. Atualmente, o salário mínimo é de R$1100,00 (2021) e para o IBGE, a classe social é dividida em cinco categorias: Classe E (recebe até 2 salários mínimos), Classe D (entre 2 e 4 salários mínimos), Classe C (entre 4 e 10 salários mínimos), Classe B (entre 10 e 20 salários mínimos) e Classe A (acima de 20 salários mínimos).

Com informações como essas não é possível identificar se você possui uma boa riqueza ou por quanto tempo seus recursos durariam. Com isso, realizei alguns cálculos e contas para chegar ao resultado final o qual considerou o salário mínimo idela no país. Segundo a DIESSE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo ideal para abril de 2021 é de R$5.330,69 o qual atribui o VEHAS TPM da Constituição Federal: vestuário, educação, higiene, alimentação, saúde, transporte, previdência e moradia. Uma questão mais lógica e de bom senso. Para o cliente o resultado ficou acima do esperado e ele saiu satisfeito: 165 anos. Com a esperança de vida no país de 78,7 anos, identificou-se que seu patrimônio equivalia para duas gerações. Mas ele ficou ainda pensativo: mas e meu status social?

Bem, o status social não é de hoje, quando da chegada da corte portuguesa para o Brasil por conta das invasões de Napoleão Bonaparte e da estratégia da época, D. João VI agraciou 11 duques, 38 marqueses, 64 condes, 91 viscondes e 31 barões. No Brasil Império, entre 1822 a 1889, criaram-se 1211 títulos de nobreza: 3 ducados, 47 marquesados, 51 condados, 235 viscondados e 875 baronatos. Os único impeditivos para os títulos nobiliárquicos eram: crime de lesa-majestade (trair a majestade ou o estado), ofício mecânico (trabalhos com atividades inferiores) e sangue infecto (preconceitos contra judeus, mouros, gentílicos e descendentes). Uma pessoa que conseguisse ser aprovado só precisaria desembolsar uma quantia bem salgada: Barão: R$ 137.827,05; Visconde: R$ 203.918,30; Conde: R$ 282.513,30; Marquês: R$ 346.103,80; e Duque: R$ 407.550,80; valores referentes a 2016. Note que não bastava ser rico, precisava do status social da época para demonstrar sua influência.

Hoje, um modo de se determinar uma influência social, mas sem depender de valores estão nas plataformas digitais, se bem que a má gestão financeira pode ligar qualquer aspecto a isso, e não importa se você foi barão em 1850 ou tem 1 milhão de seguidores no Instagram em 2021, sem conhecimentos do seu dinheiro e a gestão de seu dinheiro e tratá-lo da mesma forma como cuida de si mesmo, impactos sociais serão só ilusões para seu bolso e o sucesso estará apenas nos livros de estantes de sua biblioteca se der o luxo de possuí-la.

O maior problema de compreender o que é riqueza atualmente está na medida na capacidade produtiva. Segundo o CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), constatava que o Brasil tinha em 2010: 516.983 mestres e 109.953 doutores, com remunerações, média para 2014, de R$9.719,00 e R$13.861,00, respectivamente, valores que seguem a classes C e B, conforme o IBGE. Valores relevantes para entender o estudo de riqueza. Uma forma totalmente ingrata de analisar a criação de uma fortuna. Então, não é por título que uma pessoa fica rica. Se considerarmos rendas mundiais, para estar no 1% mais rico precisa ganhar mais de R$75 mil mensais, agora para padrão brasileiro, o valor correto é de R$28.659,00 para 2019. Note aqui também uma "diferença" quanto ao câmbio e condições de qualidade de vida. As fortunas para negócios são totalmente diferentes das fortunas por competência, assim, você até conseguirá ficar rico, contudo exigirá maior prazo.

Essa questão influenciada diretamente por outros fatores como os setores de tecnologia, novas formas de trabalho podem se alterar. Com a pandemia e a crescente ascensão do home office, teletrabalho e outras formas de trabalho, inclusive de empresas e negócios, remunerações estão mais atreladas à forma como previsões futuras de caixa se darão do que receitas líquidas correntes. Exemplo: é mais fácil vermos o nascimento de unicórnios do que empresas consolidadas aumentarem de capital. Percebendo isso, as alterações de carteiras de investimentos se alteraram rapidamente com criações de novos fundos mais acessíveis por bancos como os do Itaú os quais oferecem a partir de R$1,00. Oportunidades para quem não pensava em ter.

Conclui-se que o tesouro elucidado na gestão do dinheiro atribuiu-se algum momento ao estudo. Conforme o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), para 2013, a cada ano de estudo aumentava-se o salário em médio em 15%. Uma margem boa, mas não o suficiente para criar uma riqueza nos padrões já definidos e ainda inferiores comparados nacionalmente. Realmente, uma fortuna só é criada na medida que possui uma boa gestão de seus ganhos e alocados nos investimentos certos e bons. Aí fica a pegunta: como acertar os investimentos?

No passado, o maior tesouro estava no conhecimento e a influência passada ascendeu na Grécia Antiga essa ideia, embora patrocinada na Idade Média como os casos das famílias Médici e Rotthschild, a influência na arte tem outras vastidões atuais e é comum vermos como na separação de ricos como Bill e Melinda Gates os quais envolverão mais de US$100 bilhões, uma gama de talentos separadas. Separadas porque eles possuem diversas obras de arte. A forma inédita de pesquisas apontarem ainda que o Brasil possui 47% de pessoas na classe média, considerando entre R$667,87 e R$3.755,76, seria cômico para não dizer constrangedor, mas o problema é que a pesquisa levanta as condições de moradia das pessoas como água encanada, quantidades de televisores, geladeira, carro, moto, itens de cozinha, e isso é adquirido com o tempo, mas horrível é que o dinheiro perde-se com o tempo também seja pelas inflações ou com o desgaste das trocas de trabalhos, moradias, acontecimentos, etc.

O grande clímax que fica é o irreconhecimento que a ostentação alavancada com o tempo comeu os prejuízos deixados para o futuro, por isso é interessante jovens pensarem mais no seu agora e não tentarem atingir o futuro. Não os culpe, é muito difícil realizar um intercâmbio com a preocupação em pagar a faculdade, ter que trabalhar, pagar cursos ou ainda, depender dos pais para conseguir deslanchar na carreira. No tempo de meu pai, ele conseguiu construir casas, realizar algumas viagens quando recém aposentado; porém, se fosse hoje, com o salário da categoria de vigilante ou como técnico em segurança do trabalho, mesmo com a sua vasta experiência, seria improvável e praticamente impossível a construção de ao menos uma casa em menos de 50 anos nos mesmos moldes. O nome disso chama-se facilidade no crédito e dificuldade no débito.

Note como a medição de riqueza é mais fácil do que se imagina e não é difícil ficar pobre, o difícil é ter que estar no ideal.

Envie para ksthales@gmail.com dúvidas, informações, sugestões e comentários.

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